História de Macau

Da pequena península lançaram os portugueses o alicerce de um contínuo e proveitoso comércio, liderando durante cerca de um século (1543-1639) as ligações comerciais entre a China e o Japão, e deixando marcas civilizacionais da sua passagem. A Igreja Católica acompanhou os portugueses nas suas relações com o Oriente, tendo ficado a dever-se à acção dos jesuítas grande parte da difusão do catolicismo por estas paragens, incluindo a China e o Japão. Foram aliás os jesuítas os fundadores do Colégio de S. Paulo, verdadeiro centro de formação e irradiação católica na Ásia, um precioso legado ainda hoje testemunhado pela imponente presença da fachada da antiga Igreja de S. Paulo.
De início os portugueses foram os únicos ocidentais em toda a região. A partir do século XVII, no entanto, chegaram holandeses (que se apoderaram de Malaca em 1641) e ingleses, para disputarem o rendoso monopólio da seda e da prata e a colocação na Europa dos produtos originários de um Oriente distante, exótico e requintado. Macau foi, por isso, e a partir de 1603, alvo de sucessivos e sempre repelidos ataques dos holandeses, dos quais se regista, como mais violento, o que culminou no dia 24 de Junho de 1622. A celebrar essa vitória sobre os holandeses comemora-se ainda hoje nessa data o Dia da Cidade.
Os ingleses, por sua vez, detentores de forte avanço tecnológico, que lhes permitiu revolucionar com o barco a vapor o antigo sistema de transportes, foram, aos poucos, monopolizando o comércio externo da China, utilizando Macau, a coberto da antiga aliança existente com Portugal, como porta de entrada no grande continente. Assim aconteceu desde princípios do século XIX até saírem vencedores da Guerra do Ópio, em 1842. Uma vez vitoriosos, e então secundados por outras grandes potências ocidentais, incrementaram a sua política com a fundação de Hong Kong, que se transformou numa das grandes praças financeiras do mundo. Ao rápido crescimento de Hong Kong, facilitado pelas melhores con

Às constantes exigências normativas e pecuniárias por parte da China, procurou Portugal responder com a negociação, a fim de apaziguar, esclarecer e regulamentar a situação de Macau, enviando duas embaixadas a Pequim, uma em 1687 e outra em 1753, as quais se revelariam, no entanto, ineficazes.
Só em 1887, e após mais de duas décadas de negociações, se assina o Protocolo de Lisboa e o Tratado de Comércio e Amizade, celebrado entre Portugal e a China em 28 de Agosto do ano seguinte (nunca ratificado por Pequim), no qual é reconhecida a soberania portuguesa no território de Macau.
Mesmo tendo ficado por resolver alguns problemas, como o da delimitação geográfica do Território, cedo se institucionalizaram em Macau formas de administração claramente portuguesas, as quais vão desde a organização do poder municipal, com a designação de Senado da Câmara, mais tarde Leal Senado, do poder judicial e do progressivo fortalecimento do poder central, inicialmente representado pelos capitães-gerais, e depois pelos governadores. Até 20 de Abril de 1844, Macau encontra-se na dependência do Estado português da Índia. Desde ess

A partir de finais do século XVIII, a cidade foi crescendo até obter a configuração actual, ela própria em constante mutação, não apenas através de assoreamentos e novos terrenos conquistados ao mar que a dotarão de maior extensão territorial, como pelo afluxo de gentes que, principalmente oriundas da China, a tornaram cada vez mais populosa, alterando-lhe a fisionomia, a arquitectura, o quotidiano, os costumes, o ambiente, e principalmente, a economia.
Assim sucedeu de forma rápida e maciça em 1937, quando as tropas japonesas invadiram a China, quando já durante a II Guerra Mundial, Hong Kong caíu em poder das forças nipónicas, ou em virtude ainda de outras convulsões políticas na China continental.
Já em 1974, logo após a Revolução, Portugal tinha aberto por

Nos termos desse acordo, que tem força de direito internacional e está depositado nas Nações Unidas, o Território passará, a 20 de Dezembro de 1999, para a soberania da China, instituindo-se a Região Administrativa Especial de Macau, um espaço com elevado grau de autonomia, com órgãos de Governo e leis próprias, que manterá inalterado durante os cinquenta anos seguintes o sistema político, judicial, social, cultural e económico actualmente em vigor, incluindo a manutenção do português como segunda língua oficial, salvaguardando um amplo quadro de direitos, liberdades e garantias de matriz portuguesa, humanista e ocidental.No final do séc. XV, os navegadores portugueses estabeleceram as rotas marítimas regulares entre o Atlântico e o Índico. A chegada dos portugueses ao Pacífico e ao Extremo Oriente, no séc. XVI, foi o prólogo dos contactos entre duas civilizações: a oriental e a ocidental.
Foi um grande progresso histórico que as comunicações motivadas pelos interesses colonizadores e comerciais se estenderam ao

Naquela altura, uma nova cultura marcada pelo humanismo e racionalismo crescia na Europa e acabava de entrar na era pós-medieval. Acompanhado pela expansão colonialista, o capitalismo nascente ostentava ao mundo a sua vitalidade. Entretanto, dominavam na China a cultura política e a cultura ética apregoadas pela doutrina confucionista.
Aparentemente a incoerência total das duas civilizações malograria qualquer tentativa de diálogo. Mas, o séc. XVI anunciou com antecipação o encontro inevitável do Oriente com o Ocidente, para o qual a história se apressava a fazer os preparativos.
Várias navegações marítimas, nomeadamente do chinês Zhenghe e dos europeus Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães e Vasco da Gama, contribuíram incontestavelmente para a diversificação dos pontos do encontro das civilizações oriental e ocidental.
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