Monday, March 27, 2006

O arroz

O arroz, cujo nome científico é Oryza Sativa, é o segundo alimento mais consumido no mundo e seu cultivo é tão antigo quanto à própria civilização, diversos autores acreditam que ele seja originário da Ásia e as primeiras culturas iniciadas há sete mil anos. Porém referências concretas aparecem por volta de 2800 a.C. na China .
Na Índia, uma das regiões de maior diversidade e onde ocorrem numerosas variedades endêmicas, as províncias de Bengala e Assam, bem como na Mianmar, têm sido referidas como centros de origem dessa espécie. Bem antes de qualquer evidência histórica, o arroz foi, provavelmente, o principal alimento e a primeira planta cultivada na Ásia. As mais antigas referências ao arroz são encontradas na literatura chinesa, há cerca de 5.000 anos. O uso do arroz é muito antigo na Índia, sendo citado em todas as escrituras hindus. Variedades especiais usadas como oferendas em cerimônias religiosas, já eram conhecidas em épocas remotas. Na Europa, o arroz começou a ser cultivado nos séculos VII e VIII, com a entrada dos árabes na Península Ibérica. Foram, provavelmente, os portugueses quem introduziram esse cereal na África Ocidental, e os espanhóis, os responsáveis pela sua disseminação nas Américas. Alguns autores apontam o Brasil como o primeiro país a cultivar esse cereal no continente americano.
Introdução na Europa e nas Américas
O arroz foi trazido pelos mouros no século VIII, inicialmente na Peninsula Ibérica e após sete séculos já é a cultura mais difundida no norte da Itália. Nas Américas não há documentação segura sobre o início da cultura, porém há registros de culturas em 1694 nos Estados Unidos, no entanto, outros alegam que, antes de conhecerem os portugueses, portanto antes de 1500, os tupis já o colhiam em solo brasileiro, onde este vegetal havia vegetado espontaneamente. Na campanha de Canudos, o regente D. João introduziu o arroz na alimentação do exército.
O arroz era o "milho d'água" (abati-uaupé) que os tupis, muito antes de conhecerem os portugueses, já colhiam nos alagados próximos ao litoral. Consta que integrantes da expedição de Pedro Álvares Cabral, após uma peregrinação por cerca de 5 km em solo brasileiro, traziam consigo amostras de arroz, confirmando registros de Américo Vespúcio que trazem referência a esse cereal em grandes áreas alagadas do Amazonas. Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras na Bahia e, por volta de 1745, no Maranhão. Em 1766, a Coroa Portuguesa autorizou a instalação da primeira descascadora de arroz no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
A prática da orizicultura no Brasil, de forma organizada e racional, aconteceu em meados do século XVIII e daquela época até a metade do século XIX, o país foi um grande exportador de arroz.

Os Maias


Indígenas da América Central que habitam o México, a Guatemala, Honduras e São Salvador. Foram uma das civilizações mais cultas de toda a História, com grande destaque pa­ra a Arquitectura, Escultura, Cerâmica e Astronomia.
Povo de origem incerta, os maias, vindos talvez do norte estabeleceram-se no sul do México por volta do ano 1.000 a.C.
A história dos maias compreende três períodos: o pré-clássico (1.000 a.C. a 317 d.C.) -neste período já existia uma estrutura religiosa
e social e conhecimentos de matemática e astronomia, sendo que talvez tenha sido nessa época, a criação do calendário maia: Antigo Império (até 889d.C.) - esse período marca o início da idade clássica; Novo Império (até 1697) - período também conhecido por "re­nascimento maia", assinalando o término da última resistência organizada contra os espanhóis.
Os maias dedicavam-se à agricultura cultivando feijão, milho, algodão, cacau, pimenta, mamão e abacate. Criavam abelhas para ex­trair mel e cera e conheciam apenas os cães e pássaros dentre os animais domésticos.


Actualmente existem tribos de língua maia com cerca de 2 milhões de indivíduos estabelecidos na Guatemala, em Honduras e em alguns Estados do México Meridional. Conservam a sua língua e costumes, além das características físicas, sendo pessoas de baixa estatura, braços compridos, mãos e pés pequenos e cabelos negros e lisos.

Este povo pré-colombiano alcançou um elevado grau de desenvolvimento económico, social e cultural até a chegada
dos europeus à América.

Tinham uma sociedade bem organizada e viviam de forma harmónica com a natureza. Tinham uma religião politeísta e chegaram a formar impérios grandiosos.
Com a chegada dos europeus à América, a partir do final do século XV os Maias perderam suas terras, foram explorados e perderam seu maior bem: a identidade cultural.
Foi uma das maiores civilizações do Ocidente.




A cultura maia só começou a ser explorada durante a primeira metade do séc. XIX pelo americano John Stephens e o desenhista inglês Frederik Catherwood. Eles descobriram várias cidades sendo que a que mais chamou a atenção Chichen-Itzá.


Eles publicaram o resultado de usas pesquisas e foi através destas obras que o povo ficou sabendo que não eram simples índios mas que eles possuíam uma complexa organização, construíram magníficas cidades de pedra e desenvolveram uma escrita própria. Essa escrita encontra-se nos diversos edifícios explorados.
Os sacerdotes maias possuíam diversos livros escritos em finas folhas de madeiras cobertas com gesso.
Quando os maias foram encontrados por colonizadores, um dos aspectos que ajudou a extinção daquela civilização foi o fato de viverem em lutas constantes. Nessa época os padres espanhóis descobriram que os índios possuíam livros e resolveram destruí-los para evitar a divulgação de sua cultura.

O que se sabe sobre os maias:

A história da civilização Maia tem início por volta de 5000 ac. Ocupavam um território ao sul do México, Guatemala e a norte de Belize. Praticavam agricultura e construíam grandes edifícios e pirâmides de pedra. O principal produto era o milho, porém, cultivavam também o feijão, a abóbora, vários tubérculos, o cacau, o mamão e o abacate. Trabalhavam o ouro e o cobre.
Um dos aspectos que impede que se conheça mais profundamente a cultura maia antiga é o fato deles possuírem uma escrita extremamente complexa, da qual só se conhece alguns hieróglifos.
A grande maioria deles permanece e talvez permanecerá indecifrável.
Distingue-se dois grandes períodos na civilização maia, chamada de antigo império e novo império. O antigo império teve seu centro no norte da Guatemala, mas estendeu-se pelo sul do México e também por Honduras.
O novo império ocupou a metade setentrional da península de Yucatán.

Arquitectura maia:

A arquitectura maia era totalmente devotada ao culto; as cidades eram centros religiosos, o povo vivia em choças e casas de adobe. Os templos eram de forma rectangular e construídos cobre pirâmides truncadas, acessíveis por escadas laterais. O admirável na arte m
aia é a combinação da arquitectura com a deco ração em relevo de estuque e pedra-sabão.

Cultura maia:

O crescimento da cultura maia revela-se principalmente no terreno intelectual, porém, devido à complexidade da sua escrita, só foram descobertos até agora os símbolos relativos ao tempo. Desenvolveram a aritmética de maneira que ela permitiu cálculos astronómicos de uma exactidão admirável.
Conheciam o movimento do Sol, da Lua, de Vénus e provavelmente de outros planetas.


A numeração escrita era simbolizada por pontos e traços. Inventaram o conceito de abstracção matemática, o valor zero fazendo-o intervir nos seus cálculos e cronologias.


O calendário baseava-se no sistema análogo. O dia ( Kin ) era a unidade de tempo, acima da qual vinha o Uinal, correspondendo a um mês de 28 dias, o Tun equivalia ao ano.

Saturday, March 18, 2006

História de Macau

Da pequena península lançaram os portugueses o alicerce de um contínuo e proveitoso comércio, liderando durante cerca de um século (1543-1639) as ligações comerciais entre a China e o Japão, e deixando marcas civilizacionais da sua passagem. A Igreja Católica acompanhou os portugueses nas suas relações com o Oriente, tendo ficado a dever-se à acção dos jesuítas grande parte da difusão do catolicismo por estas paragens, incluindo a China e o Japão. Foram aliás os jesuítas os fundadores do Colégio de S. Paulo, verdadeiro centro de formação e irradiação católica na Ásia, um precioso legado ainda hoje testemunhado pela imponente presença da fachada da antiga Igreja de S. Paulo.
De início os portugueses foram os únicos ocidentais em toda a região. A partir do século XVII, no entanto, chegaram holandeses (que se apoderaram de Malaca em 1641) e ingleses, para disputarem o rendoso monopólio da seda e da prata e a colocação na Europa dos produtos originários de um Oriente distante, exótico e requintado. Macau foi, por isso, e a partir de 1603, alvo de sucessivos e sempre repelidos ataques dos holandeses, dos quais se regista, como mais violento, o que culminou no dia 24 de Junho de 1622. A celebrar essa vitória sobre os holandeses comemora-se ainda hoje nessa data o Dia da Cidade.
Os ingleses, por sua vez, detentores de forte av
anço tecnológico, que lhes permitiu revolucionar com o barco a vapor o antigo sistema de transportes, foram, aos poucos, monopolizando o comércio externo da China, utilizando Macau, a coberto da antiga aliança existente com Portugal, como porta de entrada no grande continente. Assim aconteceu desde princípios do século XIX até saírem vencedores da Guerra do Ópio, em 1842. Uma vez vitoriosos, e então secundados por outras grandes potências ocidentais, incrementaram a sua política com a fundação de Hong Kong, que se transformou numa das grandes praças financeiras do mundo. Ao rápido crescimento de Hong Kong, facilitado pelas melhores condições portuárias para o fundamento dos grandes navios da moderna marinha mercante ocidental, correspondeu então quase um século de declínio de Macau, abalado pela concorrência e esvaziado de muitos dos seus melhores filhos, quadros comerciais que em grande número emigraram para o novo território, florescente de oportunidades.
Às constantes exigências normativas e pecuniárias por parte da China, procurou Portugal responder com a negociação, a fim de apaziguar, esclarecer e regulamentar a situação de Macau, enviando duas embaixadas a Pequim, uma em 1687 e outra em 1753, as quais se revelariam, no entanto, ineficazes.
Só em 1887, e após mais de duas décadas de negociações, se assina o Protocolo de Lisboa e o Tratado de Comércio e Amizade, celebrado entre Portugal e a China em 28 de Agosto do ano seguinte (nunca ratificado por Pequim), no qual é reconhecida a soberania portuguesa no território de Macau.
Mesmo tendo ficado por resolver alguns problemas, como o da delimitação geográfica do Território, cedo se institucionalizaram em Macau formas de administração claramente portuguesas, as quais vão desde a organização do poder municipal, com a designação de Senado da Câmara, mais tarde Leal Senado, do poder judicial e do progressivo fortalecimento do poder central, inicialmente representado pelos capitães-gerais, e depois pelos governadores. Até 20 de Abril de 1844, Macau encontra-se na dependência do Estado português da Índia. Desde ess
a altura, Macau, juntamente com Timor, assumem o estatuto de províncias ultramarinas.
A partir de finais do século XVIII, a cidade foi crescendo até obter a configuração actual, ela própria em constante mutação, não apenas através de assoreamentos e novos terrenos conquistados ao mar que a dotarão de maior extensão territorial, como pelo afluxo de gentes que, principalmente oriundas da China, a tornaram cada vez mais populosa, alterando-lhe a fisionomia, a arquitectura, o quotidiano, os costumes, o ambiente, e principalmente, a economia.
Assim sucedeu de forma rápida e maciça em 1937, quando as tropas japonesas invadiram a China, quando já durante a II Guerra Mundial, Hong Kong caíu em poder das forças nipónicas, ou em virtude ainda de outras convulsões políticas na China continental.
Macau nunca foi uma colónia no sentido restrito do termo, sobretudo se comparada com as ex-colónias portuguesas. Daí que, quando Portugal renunciou às colónias, na sequência da revolução e da mudança de regime ocorrida a 25 de Abril de 1974, Macau foi menos afectado pelo movimento de descolonização. A política então iniciada pelo Governo de Lisboa levou, pela primeira vez em mais de quatro séculos, a uma definição do sistema político-administrativo de Macau. Uma primeira fórmula, politicamente viável, foi encontrada a 8 de Fevereiro de 1979, por ocasião da assinatura do tratado que restabelecia as relações diplomáticas entre Portugal e a China. A declaração então proferida em Paris referia explicitamente "o princípio do mútuo respeito pela soberania e integridade territorial", reconhecendo implicitamente Macau como território chinês sob administração portuguesa.
Já em 1974, logo após a Revolução, Portugal tinha aberto por
tas ao restabelecimento de relações diplomáticas com a China, com vista à resolução do sistema político de Macau, anunciando-se que Lisboa não tinha nenhuma intenção de manter a soberania sobre Macau contra a vontade das autoridades de Pequim. O processo culminou na assinatura, em Abril de 1987, da Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a Questão de Macau, documento histórico que permitiu definir o enquadramento geral das grandes questões fundamentais para o futuro de Macau e das suas gentes.
Nos termos desse acordo, que tem força de direito internacional e está depositado nas Nações Unidas, o Território passará, a 20 de Dezembro de 1999, para a soberania da China, instituindo-se a Região Administrativa Especial de Macau, um espaço com elevado grau de autonomia, com órgãos de Governo e leis próprias, que manterá inalterado durante os cinquenta anos seguintes o sistema político, judicial, social, cultural e económico actualmente em vigor, incluindo a manutenção do português como segunda língua oficial, salvaguardando um amplo quadro de direitos, liberdades e garantias de matriz portuguesa, humanista e ocidental.No final do séc. XV, os navegadores portugueses estabeleceram as rotas marítimas regulares entre o Atlântico e o Índico. A chegada dos portugueses ao Pacífico e ao Extremo Oriente, no séc. XVI, foi o prólogo dos contactos entre duas civilizações: a oriental e a ocidental.

Foi um grande progresso histórico que as comunicações motivadas pelos interesses colonizadores e comerciais se estenderam ao domínio cultural. Quando Cristóvão Colombo deu o primeiro passo, ninguém conseguiu antever a trajectória da história universal daí por diante.
Naquela altura, uma nova cultura marcada pelo humanismo e racionalismo crescia na Europa e acabava de entrar na era pós-medieval. Acompanhado pela expansão colonialista, o capitalismo nascente ostentava ao mundo a sua vitalidade. Entretanto, dominavam na China a cultura política e a cultura ética apregoadas pela doutrina confucionista.
Aparentemente a incoerência total das duas civilizações malograria qualquer tentativa de diálogo. Mas, o séc. XVI anunciou com antecipação o encontro inevitável do Oriente com o Ocidente, para o qual a história se apressava a fazer os preparativos.
Várias navegações marítimas, nomeadamente do chinês Zhenghe e dos europeus Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães e Vasco da Gama, contribuíram incontestavelmente para a diversificação dos pontos do encontro das civilizações oriental e ocidental.